check this out!
Música eletrônica vive ‘uma brazilian storm’, diz o DJ Maz
Share:

Música eletrônica vive ‘uma brazilian storm’, diz o DJ Maz

DEPOIS DO SUCESSO NO CARNAVAL, MÚSICO FAZ AS MALAS PARA TOCAR NO FESTIVAL COACHELLA EM ABRIL

Por g1

Era dia quando Maz pisou no palco montado no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, região portuária do Rio. O sol obrigava a plateia da festa Boma a balançar seus leques e aumentava a responsabilidade do DJ. O dever era manter todo mundo entretido naquela terça-feira de carnaval mesmo que passasse das 5h30.

Nada que Maz já não tenha feito por aí e agradado público e crítica. Munido de repertório que mistura o orgânico das percussões e tambores com elementos eletrônicos, principalmente da house music, cumpriu seu papel e chamou atenção de gente grande. Tanto que, em abril, o carioca de 31 anos tocará em um dos mais bem conceituados festivais do mundo, o Coachella, na Califórnia (EUA), e, em julho, estará na Bélgica para o um dos maiores eventos de música eletrônica, o Tomorrowland.

— É muito doido ver esse reconhecimento. Eu e minha equipe colocamos como meta estar no Coachella em 2025 ou 2026, no mínimo… Não acreditei quando recebi o e-mail deles — conta o DJ e produtor musical, acrescentando que não basta lançar boas músicas, mas é preciso traçar estratégias, ser visto pelas pessoas certas e trabalhar na performance ao vivo.

Banho de mar e folhas

Mesmo com uma formação musical desde criança por influência do avô e de ter participado de algumas bandas, foi só na virada do ano de 2013 para 2014 que Thomaz Prado decidiu que transformaria o hobby em coisa séria. Ele conta que estava um pouco sem rumo e decidiu passar o réveillon daquele ano no Universo Paralello — festival de música eletrônica que acontece na praia de Pratigi, na Bahia. Lá, teve “visões” e “sensações” que o levaram para música de vez:

— Voltei e comecei a estudar produção musical porque eu sabia que não adiantava só tocar. A concorrência é enorme e se você não for produtor musical além de DJ dificilmente você se destaca. Em 2015 lancei minha primeira música.

Maz foi evoluindo e decidiu abrir seu próprio selo, Dawn Patrol, para não perder sua liberdade e se lançar quando bem entendesse. O grande hit veio em 2022, um remix de sonoridade afro house da música de Luedji Luna “Banho de folhas” que conta com mais de 12 milhões de plays só no Spotify e 1,3 milhão de visualizações no YouTube.

A ideia era mesmo fazer um hit com vocal em português, mas não foi simples. Meses separaram a ideia da execução.

— Eu nunca tinha escutado uma música eletrônica com vocal em português que tivesse me pegado de verdade e eu tinha isso na cabeça. Mas eu precisava de um lançamento que falasse com a massa, que fosse menos nichado, e eu e minha equipe decidimos investir na voz em português — conta Maz, explicando como chegou ao resultado final. — Busquei um som orgânico e acabou se aproximando do afro house. Na minha cabeça os timbres eletrônicos demais não soavam tão bem. Tentei com umas três ou quatro músicas diferentes até chegar na “Banho de folhas”. Quando ouvi sabia que era ela.

O estilo deu tão certo que, em 2023, ele chegou à posição número um mundial no Beatport — serviço em que DJs disponibilizam seus catálogos para venda e compra de músicas e samples.

Suas produções, sendo a mais recente “Brisa” (música autoral interpretada por Jéssica Gaspar), ganharam espaço nos sets e receberam apoio de nomes como Black Coffee, CamelPhat e Vintage Culture.

— Acho que estamos vivendo uma “brazilian storm” de DJs e produtores brasileiros e isso mostra a profissionalização da cena. O Brasil é muito rico, tem muita coisa a explorar — opina Maz.

Leave A Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Translate »