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Entenda a nova tecnologia que promete revolucionar o mercado digital
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Entenda a nova tecnologia que promete revolucionar o mercado digital

DON DIABLO, RICHIE HAWTIN, STEVE AOKI, CAT DEALERS E OUTROS LANÇARAM SEUS NTFS

O produtor norte americano DJ 3Lau vendeu sua primeira coleção de NFTs por 11,7 milhões de dólares em março, Don Diablo vendeu um show virtual por 1,2 milhões, Richie Hawtin celebrou 303 dias com uma série de leilões de fotos originais de seu TB-303 pessoal, Grimes vendeu sua arte digital por 6 milhões, a coleção ‘Dream Catcher’ de Steve Aoki foi vendida por 4,25 milhões e Aphex Twin vendeu um clipe AV único por mais de 128 mil dólares. A mais nova tecnologia NFT parece realmente ser uma revolução no mundo das artes e já gera lucros milionários e muito frenesi.

O mercado do NFT já movimenta centenas de milhões de dólares mas não é novo, surgindo em 2016 mas só agora no final de 2020 e início de 2021 se popularizando entre os artistas. NFT é abreviação de “non-fungible token”, ou seja, token não-fungível, algo que não pode ser substituído por outro pois não existe outro igual, assim, uma arte digital como uma música, vídeo, gif ou foto, deixa de ser apenas um arquivo e passa a ser exclusiva, com um código único registrado em blockchain que a identifica garantindo sua autenticidade.

O criador de um NFT decide a escassez de seu ativo, podendo decidir quantas réplicas existem do mesmo e a criação do NFT é feita na plataforma Ethereum, que tem sua própria criptomoeda, atualmente valorizando mesmo em dias de quedas das outras criptomoedas.

“O legal sobre a publicação de mídia no blockchain é que o blockchain pode tornar essa mídia escassa e valiosa, da mesma forma que a mídia era escassa e valiosa antes de a internet permitir que todos pirateassem mídia”, afirmou à DJ Mag Trevor McFedries, DJ e produtor que já trabalhou com nomes como Ke$ha, Katy Perry, BANKS e Steve Aoki no final dos anos 2000 e início dos anos 2010. Trevor também co-criou a influenciadora virtual Lil Miquela, com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram e que vendeu sua própria coleção de NFTs em novembro de 2020 por 82 mil dólares, doados para a instituição de caridade Black Girls Code.

“O que é realmente legal é que o blockchain pode tornar a mídia escassa, mas também universalmente acessível”, continua ele. Até recentemente, era quase impossível atribuir qualquer valor a um arquivo digital, mas agora, segundo McFedries “Qualquer um pode desfrutar de uma mídia, mas alguém também pode POSSUIR essa mídia”.

As discussões giram em torno de uma alternativa de armazenamento ‘descentralizada’, onde cada arquivo é armazenado em uma rede ponto a ponto, como um torrent, sem dados nem tráfego centralizados, não deixando os usuários presos a nenhuma plataforma e podendo ter total controle do seu conteúdo digital. Isso permitiria aos artistas controlarem todos os aspectos de sua música, desde taxas de streaming personalizáveis até contratos inteligentes e muito mais.

“[NFTs] podem permitir que os artistas capturem o valor que voou para as plataformas nos últimos 20 anos, a música é a mercadoria mais valiosa na Internet e os artistas estão começando a perceber isso, à medida que os NFTs trazem esse valor de volta para eles em vez do Facebook, Spotify, etc.”, afirma Trevor.

Uma pesquisa de dezembro de 2020 revelou “ganhos chocantemente inadequados que a maioria dos criadores de música atualmente recebe do streaming”, mostrando que 82% dos artistas pesquisados ​​ganhavam menos de 200 euros, 50% com a renda de música gravada diminuindo nos últimos 10 anos e 43% com renda insuficiente de streaming que os levou a conseguir um emprego fora da música, ao mesmo tempo em que as vendas de vinil aumentaram 40% em 2020 e o Bandcamp Friday faturou milhões para artistas e gravadoras independentes.

Em um podcast recente o representante do Bandcamp, Aly Gilani, afirmou que 40% dos compradores na verdade pagam mais do que o preço sugerido quando têm a opção de pagar o que acham, mostrando que os fãs querem apoiar seus artistas favoritos além de uma assinatura de streaming.

No Brasil, a dupla Cat Dealers estreou nesse novo universo com o drop de NFTs chamados de “The Dark Series”, contando com uma música inédita, dividida em três vídeos exclusivos que você pode conferir aqui, e a cantora Pabllo Vittar tem foto NFT a venda por 500 mil dólares.

O DJ e produtor norte americano Mizter Bonezz lançou também uma faixa junto a um parceiro de longa data da 4All, o brasileiro Ohm Project, além do também americano Lost Protocol, com apenas 50 cópias NFT disponíveis à venda. Bonezz tem uma doença óssea genética que o debilita da vida cotidiana, mas que não o impediu de perseguir seu sonho de ser DJ e produtor, e com a venda dos NFTs espera conseguir comprar um novo computador para poder continuar fazendo o que mais ama: música.

Iremos contar em detalhes essa história de dificuldades e superação do Mizter Bonezz em uma entrevista exclusiva muito em breve, e para aqueles que também quiserem lançar seus próprios NFTs, o músico, pesquisador e palestrante do Instituto Clive Davis da Universidade de Nova York alerta que “A probabilidade, se você ainda não tiver um público, de ver retornos significativos com a postagem de um vídeo em loop em um site de leilão é bastante baixa”.

Dryhurst e sua esposa, a artista Holly Herndon, apresentam um podcast chamado Interdependência, que se descreve como “Conversas com figuras que moldam a cultura do século 21” e no ano passado cobriu novas economias de cultura clubber com Richie Hawtin, a campanha #BrokenRecord de Tom Gray que levou o Spotify ao Parlamento do Reino Unido e recebeu o artista visual David Rudnick, cujo ‘Stem’ NFT foi vendido por 20 mil dólares em fevereiro.

“A forma como os artistas marginais sempre superaram seu peso é formando cenas e as ferramentas da Web 3.0 são as ferramentas mais poderosas que vi em minha vida para fazer isso acontecer. Pesquisar o espaço e ter ideias para o que vem a seguir é sua melhor aposta.” continua Dryhurst.

“Arte desinteressante é vendida por quantias astronômicas o tempo todo. Nós simplesmente não vemos isso. A Web 3.0 não inventou exibições vulgares de riqueza, mas talvez nos dê alguma chance de entender como as coisas funcionam atualmente de forma mais transparente. Pessoalmente, acho que é um meio bastante útil de ser capaz de construir algo melhor. Estamos vendo a nova Internet sendo construída em tempo real e em um ritmo vertiginoso. Em 2023, espero que a percepção do público sobre o campo tenha amadurecido a ponto de ficar claro que o que estamos tratando aqui é uma nova internet. Esse foco intenso em um uso específico do tipo de arquivo NFT passará, mas a tecnologia e os conceitos subjacentes vieram para ficar.” afirmou.

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