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Perguntamos aos artistas sobre apresentações emocionantes que já assistiram
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Perguntamos aos artistas sobre apresentações emocionantes que já assistiram

PERGUNTAMOS A GRANDES NOMES DA E-MUSIC NACIONAL: QUAL FOI A ÚLTIMA APRESENTAÇÃO QUE ASSISTIU E FEZ VOCÊ SE EMOCIONAR?

Quando descobrimos o mundo da música (eletrônica ou não), sentimos uma emoção atrás da outra: aquela sensação de criança pisando na Disney pela primeira, segunda, terceira vez. Nunca enjoávamos. Mas e quando chegamos na centésima vez?

Artistas com muitos anos de carreira costumam se aconchegar nos backstages e só dar as caras na hora de suas apresentações com o argumento de que não-há-nada-de-novo no som de ninguém, correto? Na maioria das vezes sim, mas eventualmente surge alguém com super poderes e habilidades de tirar qualquer um do eixo, atrair até os “velhos de guerra” pra pista e fazê-los dançar como se não houvesse amanhã!

Batemos um papo com várias figuras importantes da cena brasileira para saber qual foi a apresentação que os fizeram sair do backstage pra se jogar no front, ou até mesmo chorar assistindo a um DVD no sofá de sua casa, como aconteceu com o mestre Rica Amaral.

Quem são eles? Vamos saber agora!

Para o paulistano Mandraks não existe nenhuma apresentação melhor que a de Chris Liberator & Dave The Drummer na festa Groove SP 4 anos: “Quase enfartei! Mano, pra me fazer chorar na pista é muito difícil e esses caras sempre conseguem, fizeram várias vezes! Mas essa foi a primeira vez e foi de lavar a alma!”

Claudinho Brasil foi além da consciência: “Com toda certeza a maior emoção que já senti foi na primeira vez que fui à uma festa rave! Não necessariamente pelo artista em si, mas pelo conjunto dos fatos! Foi no meio da festa que caiu a minha ficha de verdade que as festas rave são releituras repaginadas dos rituais primitivos. Eu já tinha estudado por anos sobre o assunto, foi meu trabalho de conclusão de curso superior – Música – pela Faculdade de Artes do Paraná, que mais tarde virou meu livro: “A modernização da Música Primitiva”. A experiência que tive na minha primeira rave foi incrível, eu lembro bem, deu 6h da manhã eu saí andando sozinho no meio do mato, o sol tava nascendo, lembro de pisar em folhas secas, aquele som repetitivo e a dança exaustiva que por si só provocam estados alterados de consciência, exatamente como nos rituais primitivos. Tudo fez sentido naquele instante e descobri que era isso que eu queria fazer da vida: comecei a estudar produção musical, logo saí da banda que eu tinha por 8 anos (com 2 discos gravados) e estou aí há 13 anos na estrada! O mais legal é que a música eletrônica me emociona até hoje. Eu lembro que no início eu tinha medo de enjoar, e o fato é que ela me encanta mais e mais a cada dia (risos)!”


Reprodução/Claudinho Brasil

O mestre Rica Amaral é realmente uma pessoa muito especial. Imagine essa história linda: “Há muitos anos comprei o albúm de Amadou at Mariam – Dimanche a Bamako, um casal senegalês com vários discos, mas este em especial produzido por Manu Chao, um artista que admiro pelo extremo bom gosto e criatividade. Ouvi muito este disco e um belo dia achei o DVD ao vivo em Paris… quando comecei a assistir foi quando percebi que o incrível casal é cego! E tem umas músicas muito fodas que eles cantam um para o outro dizendo coisas como “você está linda hoje, “vou colocar a minha gravata mais bonita para sair com você”… pra mim isso me tocou de uma forma que me levou à outra dimensão e lágrimas incontroláveis foram expelidas de meu cérebro. Todo dia vejo pessoas que reclamam da vida mesmo tendo tudo, mas o fato de reclamarem me mostra que “tudo” é uma palavra muito relativa, “tudo” pode muitas vezes estar mascarado de nada”.


Reprodução/Rica Amaral e Mandraks

Leo Janeiro preferiu citar um show: “A última vez que me emocionei foi no show do Massive Attack em Berlin este ano. É uma das minhas bandas preferidas e foi incrível vê-los ao vivo num final de tarde de muito sol. São esses momentos que eu guardo comigo!”.

Vivi Seixas ficou de queixo caído com The Martinez Brothers: “Sem dúvidas o melhor set que já ouvi na vida. Foi um long set de 4hs no carnaval no club 00 no Rio de Janeiro há uns 2 anos, não deixaram a peteca cair nem um segundo! House pra frente!”.

Os ovelhas negras Blacksheepz admiram demais o residente da Privelege, Sandro Valente. Ramon Kreisler disse: “eu fico sempre emocionado vendo o Sandro fechando as noites na Privilege, sempre com uma sensibilidade e leitura de pistas imensas”, e Cadu Novellino completou “irmão, só aperta e confirma, Sandro Valente é o cara, perfeita colocação!”.

Já para Sandro Valente, foi na pista da “Privi” que se emocionou: “Há uns 3 anos, Olivier Giacomotto em Búzios, foi absurdo, chorei! Uma música fantástica em uma crescente total sempre melódica com pitadas de vocais, rolou aquela identificação, saca? Inesquecível!”.

Luiz Lopez Bozito, do Clubbers, se emocionou com o set de 4h30m do Solomun no Warung em 2014, e com o set do Hosh na sequência. “E também Gabe no amanhecer do primeiro dia do ano no Universo Paralello 2015. Foi foda!”, completa.

Max Grilo se encheu de sorrisos com o set do Claptone no Mandarim BH: Estava muito afim de ver ele e não me decepcionei!”.


Reprodução/ Max Grilo e Day Din 

Para Luis Valente, dos projetos Natema e Vallent, foi com certeza o show do Armin Van Buuren no RMC 2017: “Ele tocou músicas bem melódicas e com bastante energia. A produção de palco foi uma das mais perfeitas em sincronização com as musicas que eu já vi. O público estava bem feliz e empolgado. Foi lindo!”. Já para seu parceiro Tetto Bononi, faz tempo que não vê algo que o empolgue ao vivo: “só apenas via streaming que adorei o set do Black Coffee no The Lab em Miami” disse ele.

Naah Ferraz se emocionou na Xxxperience 2010 em Santa Luzia MG: “Quando o Krome Angels entrou para tocar, foi algo surreal. Vibe linda, e ele tocou uma musica que mexeu com todos, olhava pra o lado e várias pessoas de olhos fechados chorando, sentindo a música. Foi de arrepiar, e até hoje em algum momento que essa track toca, rola uma nostalgia inexplicável. Esse momento ficou registrado.”

Para mim, Caroles, ainda estou de boca aberta desde a apresentação da Anna na última edição do Universo Paralello. Nunca a tinha visto tocar ao vivo e fiquei perplexa com a musicalidade, presença de palco, animação e capacidade de surpreender track após track. Entendi na hora o porquê de tanto sucesso internacional e tantos prêmios fora do Brasil. Essa mulher é um furacão!

E pra vocês? Qual foi a última apresentação que te emocionou? Conta pra gente! Eu já vou tratar de procurar saber sobre todos os citados na matéria, se emocionaram esses feras é sinal de muita qualidade! 

Caroline Ramos.

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