‘Cadê os Yanomami?’: Artistas cobram autoridades sobre povos indígenas
ALOK, WHINDERSSON NUNES E OUTRAS PERSONALIDADES SE MANIFESTAM EM SUAS REDES SOCIAIS
Após denúncia do estupro e morte de uma menina Yanomami de 12 anos por garimpeiros, a comunidade do povo indígena com mais de 20 pessoas foi encontrada queimada e sem ninguém, ganhando repercussão nacional e internacional, mobilizado lideranças indígenas, autoridades, políticos e artistas como Alok e Whindersson Nunes que deram seu apoio à causa repercutindo a situação em suas redes sociais com a pergunta: “CADÊ OS YANOMAMI?”.
A Denúncia foi divulgada no último dia 25 pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami. Hekurari acompanhou a comitiva aos locais junto à PF, Funai e MPF, encontrando inclusive uma aldeia incendiada.
A PF afirmou não ter encontrado indícios de crimes na comunidade mas há a suspeita de pressão por parte de garimpeiros para que indígenas não falem. Segundo o G1, antes da comitiva da PF circularam vídeos que mostram um garimpeiro questionando indígenas sobre a veracidade das denúncias, além de áudio de um representante dos garimpeiros falando que a “paciência acabou” e que “vão responder igual” acerca de denúncias contra eles.
“A comunidade estava queimada e não tinha ninguém. Ninguém”, afirmou Hekurari. “Percebe-se, através dos vídeos que esses indígenas, foram coagidos e instruídos a não relatar qualquer ocorrência que tenha acontecido na Região, dificultando a investigação da Polícia Federal e Ministério Público Federal, que acabaram relatando não haver qualquer indício de estupro ou desaparecimento de criança”, diz trecho da nota do Condisi-YY.
Para Hekurari, as investigações sobre o caso devem, sim, continuar, pois os “ianomâmi foram bem orientados [possivelmente pelos garimpeiros]”, e cita ainda outra suspeita: a de que indígenas receberam para não falarem.
“Após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 5 g de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio”, afirmou.