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Como a música eletrônica ajudou a unir a Alemanha após a queda do muro de Berlim
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Como a música eletrônica ajudou a unir a Alemanha após a queda do muro de Berlim

VEJA COMO OS CLUBS AJUDARAM OS JOVENS A SE UNIREM APÓS ANOS DE SEPARAÇÃO

Por Cultura/Uol
Imagem: Reprodução/Instagram

O ano começou agora, mas as principais cidades do mundo já estão com diversos eventos culturais confirmados. Nova Iorque, Londres, Roma, São Paulo e Madrid são apenas alguns exemplos. Fazendo uma busca no Google, é possível saber o que o lugar irá oferecer nos próximos meses.

Mas a realidade nem sempre foi essa. Há alguns anos, moradores de algumas grandes cidades não podiam se reunir para um festival. Berlim, capital da Alemanha, é o grande exemplo. Por 28 anos, a cidade foi separada por um muro, que dividia o local não só fisicamente, mas também politicamente.

O Muro de Berlim foi uma das heranças da Guerra Fria, que colocou as ideologias dos Estados Unidos e União Soviética em disputa por anos.

Uma coisa conseguia derrubar as fronteiras e unir a cidade: a música. E como a música eletrônica faz parte da cultura do país, os jovens buscavam alternativas para curtir o som das festas.

Apesar das restrições em Berlim Oriental, os jovens do lado comunista tinham acesso à música eletrônica em algumas rádios da DDR, gravações contrabandeadas e algumas festas underground que aconteciam pela cidade.

No lado Ocidental, o acesso era mais fácil: a cena Techno e House já se desenvolvia amplamente em cidades como Detroit, Nova Iorque, Londres, bem como ao redor do mundo. Esses jovens tinham acesso direto às rádios, discos de vinil e revistas sobre o tema.

O cenário começou a mudar em 9 de novembro de 1989, quando o porta-voz da Alemanha Oriental, Günter Schabowski, anunciou que a lei que criava restrições na mobilidade de cidadãos deixaria de existir.

Apesar da lei entrar em vigor mais para frente, mais de 100 mil pessoas se reuniram ao redor do muro com martelos, marretas e outras ferramentas e obrigaram as autoridades da Alemanha Oriental a aprovarem a medida imediatamente. E foi assim, então, que começaram a destruir o muro.

Os jovens buscaram uma forma de celebrar o momento histórico: festa. Milhares se reuniram num club chamado UFO, no bairro de Kreuzberg. Sem a lei que criava restrições e anos sem poder reunir pessoas, a era das festas começaram no país. Clubs e festivais começaram a despontar por todo país.

Uma das festas mais famosas, e que existem até hoje, é o Time Warp, que começou em 1994 e gira o mundo.

“A partir de 1994, o techno, ou melhor, a música eletrônica como um todo, teve seu primeiro boom na Alemanha. De repente, todo mundo estava dançando ao som de techno e house – a cena tinha realmente explodido. A música eletrônica estava tocando no rádio e havia programas de TV com reportagens ao vivo de festas de techno. Em 1997, um milhão de pessoas foram para a Love Parade”, conta Steffen Charles, criador do festival.

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