Novo estudo aponta curiosa relação entre a música eletrônica e mosquito da dengue
MÚSICA DO SKRILLEX REDUZIU PICADAS E REPRODUÇÃO DO AEDES AEGYPTI
Segundo o artigo publicado na revista científica Acta Tropica o som do produtor se mostrou um excelente repelente do mosquito, mais especificamente a faixa “Scary Monsters and Nice Sprites”, lançada em 2010.
Gostos a parte, quem não curte Dubstep pode logo dizer que “O som é tão ruim que até os mosquitos saem correndo”, mas não é bem por aí. Na verdade, o que o estudo demonstrou, foi que os mosquitos ficavam entretidos com a música, por isso copulavam e se alimentavam menos.
Será que eles se sentiram em uma rave? Também não é bem por aí! Segundo os pesquisadores, em entrevista para a BBC internacional, acontece que em um ambiente livre de ruído, a atividade sexual do mosquito Aedes Aegypti – transmissor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya – acontece melhor porque entre os insetos, as vibrações de baixa frequência facilitam a hora do acasalamento, porém outros ruídos podem atrapalhar sua captação de sinais dos outros insetos e de humanos.
“No caso dos mosquitos, o som emitido por eles vem do batimento das asas (o mesmo zumbido que escutamos no ouvido) e o batimento das asas possui uma frequência específica tanto para os machos quanto para as fêmeas. Para a cópula, essas frequências podem ser alteradas e ‘acertadas’ entre machos e fêmeas, para que entrem numa sintonia”, explicou ao site G1 Tamara Lima-Câmara, do Departamento de Epidemiologia da USP, que não participou do estudo.
Os pesquisadores dividiram os mosquitos em dois grupos distintos no estudo, um grupo com a música em questão tocando e o outro não. O resultado mostrou que a música tornou os insetos menos interessados por sangue e em copular.
“A atividade de alimentação de sangue teve menor ocorrência quando a música foi tocada” e ”Os adultos entretidos com a música copularam muito menos do que seus pares mantidos em um ambiente sem música.”, diz resumo do artigo.