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Raves na Índia contribuíram para disseminação do coronavírus no país
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Raves na Índia contribuíram para disseminação do coronavírus no país

ASSIM COMO NO BRASIL, NEGACIONISMO DAS AUTORIDADES E DA POPULAÇÃO ELEVOU AS TAXAS DE CONTÁGIO

A indústria do entretenimento se dividiu globalmente desde o ano passado por uma questão ética e moral, ainda mais acentuada na música eletrônica com muitas raves clandestinas acontecendo durante toda a pandemia e em todo o mundo. Na Índia a conivência das autoridades foi ainda maior que no Brasil, com eventos para milhares de pessoas com atrações internacionais acontecendo normalmente em plena pandemia, com pouca ou nenhuma orientação específica do governo sobre as restrições, resultando em mais de 3 milhões de mortos segundo estudo recente (as estatísticas oficiais teriam sido subnotificadas).

O estudo do Center for Global Development, com os dados fornecidos pelo New York Times e outras organizações, apontou que o número de pessoas que morreram na Índia devido à pandemia provavelmente foi 10 vezes maior que o número oficial divulgado pelo governo, podendo significar que pouco mais de meio bilhão de pessoas foram infectadas com Covid-19 no país até 25 de maio de 2021 quando foi divulgado o estudo.

Uma população de meio bilhão de pessoas seria o terceiro país mais populoso no mundo depois da China e da Índia, mas pode ser só a quantidade real de infectados na própria Índia! Um dos autores do estudo, um ex-principal conselheiro econômico do primeiro-ministro Narendra Modi, afirmou à DJ Mag: “As verdadeiras mortes provavelmente chegarão a vários milhões, não centenas de milhares, tornando esta indiscutivelmente a pior tragédia humana da Índia.”

Lugares famosos por sua vida noturna e cena eletrônica como Goa e Mumbai receberam regularmente festas para 3 a 5 mil pessoas sem obrigatoriedade de máscaras ou qualquer restrição no auge da pandemia, mas tiveram também grandes eventos cancelados, como o festival de EDM Sunburn que esperava receber um público de 600 mil pessoas.

“Parecia certo, porque nos meses anteriores ao Nomads havia entre 2 e 5 mil pessoas dançando nas praias de Goa. Estava tudo aberto. É uma loucura pensar nisso agora, mas os números eram baixos. Nós consideramos cuidadosamente nossa capacidade e local antes de prosseguirmos, mas com base no que estávamos vendo e nossa intenção de implementação das melhores práticas, parecia certo e que tudo estava pronto para reabertura.”, afirmou Munbir Chawla, cofundador do Magnetic Fields Festival, sobre o novo evento ‘Nomads’ realizado de 19 a 21 de março de 2021, em Rajasthan.

Arjun Vagale é considerado o maior DJ de techno da Índia e fez várias apresentações em Goa, Nova Delhi e Bengaluru durante a pandemia, ajudando a moldar o funcionamento de alguns locais, porém, o que começou pequeno, para poucas pessoas e com restrições, acabou saindo do controle.

“Olhando para trás, acho que não deveria ter feito talvez um ou dois de meus shows. Eu sabia o que se passava em Goa; ver a loucura das pessoas obtendo falsos teste negativos de Covid e, em seguida, pegando voos. Eu estava tipo ‘Este é um desastre anunciado para acontecer’.”, disse Vagale à DJ Mag, em extenso artigo sobre a cena eletrônica indiana na pandemia, escrito pelo colunista Dhruva Balram.

Charlotte de Witte, Sven Väth, Oliver Huntemann e outros grandes nomes da cena eletrônica sofreram críticas por suas gigs no país durante a pandemia do coronavírus, e enquanto os casos não param de subir os promoters fazem planos de retomada que não sabem se irão se concretizar. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

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