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A mea-culpa da DJ Mag britânica e a promessa de ações que promovam maior inclusão na cena
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A mea-culpa da DJ Mag britânica e a promessa de ações que promovam maior inclusão na cena

REVISTA PRECURSORA DA DANCE MUSIC MUNDIAL PROMETE TRABALHAR POR MAIOR DIVERSIDADE DE RAÇA E GÊNERO NA CENA ELETRÔNICA

Foto: The Belleville Three, formado pelos precursores do Techno Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson

Fundada em 1991, e após os últimos protestos anti-racismo que aconteceram por todo o globo, a DJ Mag britânica fez um longo editorial pedindo desculpas pela falta de diversidade em seu quadro de colaboradores e prometendo uma série de ações para promover uma maior inclusão racial e de gênero, não só no seu time, mas em toda a cena eletrônica.

“Nós tomamos o cuidado de educar nossos leitores sobre as raízes Black e LGBTQ+ da dance music, mas como a cultura se tornou global e cooptada pelo mainstream, e gêneros focais como house, techno e EDM foram dominados por artistas e apoiadores brancos, nossos o editorial de primeira linha não se esforçou o suficiente para refletir a negritude da dance music e ficou mais branco com o tempo.

A variedade de gêneros que abordamos não compensa o fato de muitos dos rostos em nossas páginas e os nomes em nossos cadernos serem brancos. Os esforços para diversificar nossa rede freelancer e a cobertura editorial não podem compensar o fato de nossa equipe ser quase inteiramente branca e masculina. Nada disso reflete a realidade da música que fomos fundados para seguir. Lamentamos que tenhamos nos tornado não apenas complacentes, mas cúmplices, de práticas que impactaram negativamente a qualidade de nossa cobertura e a imparcialidade da estrutura de nossa empresa.” diz parte do editorial, com duras – e as vezes tão necessárias – auto-críticas.

Como falamos aqui há no início de julho, Kevin Saunderson, pioneiro do Techno de Detroit, declarou à Billboard: “Eu odeio dizer isso, mas você quase sente como se alguém estivesse basicamente eliminando as chances de artistas e produtores negros participarem e fazerem parte da cena”.

A DJ Mag, que em 2021 comemora seu 30º aniversário afirma querer comemorar isso mudando para melhor, tendo como primeiro passo prometer aos leitores, colaboradores, parceiros da indústria e à comunidade de dance music diversas ações para promover a inclusão, se comprometendo a publicar atualizações trimestrais sobre o progresso dessas ações, incluindo dados sobre a diversidade aprimorada com destaque na plataforma.

Listamos abaixo as ações prometidas pela revista, com uma breve descrição de cada:

Suporte à comunidade: “Apoiaremos iniciativas de base trabalhando para amplificar diversas vozes, redistribuindo nossos recursos. Ofereceremos uma porcentagem de nosso inventário mensal de publicidade impressa e digital, bem como nosso espaço de escritório, equipamento e tempo, a projetos que apóiam iniciativas da comunidade negra, LGBTQ+ e latina nas indústrias de dance music e criativa”

Práticas de negócio: “DJ Mag é uma plataforma de mídia com vários licenciados internacionais. Nos esforçaremos para manter todos os nossos parceiros de mídia, negócios e licenciados de acordo com os padrões estabelecidos nesta promessa. Também desafiaremos nossa base de clientes a promoverem melhores práticas de negócios e demonstrarem seu trabalho em direção a um setor mais diversificado e equitativo.”

Padrões editoriais: “Como escrevemos sobre dance music precisa ser respeitoso e representativo. Para fazer isso, capitalizaremos o negro em todos os editoriais, mídias sociais e comunicações internas daqui para frente. Publicações como a Associated Press e o New York Times fizeram recentemente essa mudança – o editor nacional deste último, Marc Lacey, escreveu recentemente: “Parece uma mudança tão pequena, preto versus Preto… Mas para muitas pessoas a capitalização de uma letra é a diferença entre uma cor e uma cultura.” Ao capitalizar o negro, reconhecemos as pessoas e a cultura de origem africana com mais autenticidade.

Pesquisas e prêmios: “A DJ Mag realiza uma série de pesquisas e prêmios anuais – Best of British, Best of North America, Top 100 DJs, Top 100 Clubs, Top 100 Festivais e Top 100 DJs Alternativos. Embora o Best of British e o Best of North America sejam votos públicos com base em indicações de nossa equipe, as 100 principais pesquisas são decididas inteiramente por votação pública. (Em 2018, em parceria com o Beatport, lançamos os 100 melhores DJs alternativos. Este ranking faz referência cruzada dos dados de votação da pesquisa Top 100 DJs com dados de vendas da Beatport e um filtro de gênero, para reconhecer a contribuição dos artistas das cenas house e techno.)”

Eventos ao vivo: “Devemos garantir que nossos eventos estejam sempre apoiando artistas negros, LGBTQ+ e latinos. Para fazer isso, garantiremos que, em todos os casos, sejam feitas todas as tentativas para tornar todas as formações reservadas diversas. Quando temos um artista na capa da revista, agendamos um evento do clube com esse artista e o apoio escolhido. Trabalharemos com estrelas da capa e locais para garantir que esses eventos sejam diversos. Essas alterações serão implementadas para todos os eventos virtuais e eventos ao vivo, assim que for possível hospedar os eventos novamente.”

Confira aqui o editorial completo.

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