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Ao menos 260 mortos e brasileiros sumidos: o que se sabe da rave em Israel
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Ao menos 260 mortos e brasileiros sumidos: o que se sabe da rave em Israel

ALOK E UP SE PRONUNCIARAM SOBRE O LAMENTÁVEL OCORRIDO

Por UOL / Imagem: Ranani Glazer e Bruna Valeanu, brasileiros que estão desaparecidos após participarem do Tribe of Nova edição Universo Paralello em Israel. Reprodução/Redes sociais; e Reprodução/TV Globo

Uma festa de música eletrônica no sul de Israel foi interrompida na manhã de sábado (7) pelos ataques do grupo extremista Hamas. Um brasileiro que estava na festa, identificado como Ranani Glazer, está desaparecido, enquanto ao menos 260 pessoas foram encontradas mortas na região da festa.

O que se sabe sobre o evento

O serviço de resgate israelense Zaka afirmou neste domingo (8) que ao menos 260 corpos foram achados no local do festival de música. Vários corpos foram achados no deserto de Negev, no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza.

A rave, que reuniu milhares de pessoas, aconteceu em uma área ao ar livre a menos de 20 km da Faixa de Gaza, território palestino. Segundo um brasileiro que estava na festa, no momento da compra dos ingressos, o local exato do festival não foi divulgado, o que ocorreu apenas no próprio dia do evento.

O festival, chamado Tribe of Nova edição Universo Paralello, ocorreu na sexta-feira (6) e se estendeu na madrugada e manhã de sábado, quando começaram os ataques do Hamas.

“Chegou o momento em que toda a família está prestes a se reunir novamente”, escreveram os organizadores do evento nas redes sociais antes de começar o festival. “E como vai ser divertido!”.

Em nota, a festa Universo Paralello, criada por brasileiros, informou que apenas licenciou a marca para produtores israelenses fazerem o evento no país.

Nas redes sociais, a festa se define como “o maior festival de arte e cultura alternativa da América Latina”. O evento também deve ocorrer no Brasil na virada de 2023 para 2024, na Bahia. Por ser conhecido no Brasil, o evento em Israel teve a presença de muitos brasileiros.

Imagens mostram diversas pessoas que estavam na festa correndo desesperadas, inclusive andando pelo deserto, enquanto os foguetes eram lançados. O festival recomendou que as pessoas fossem juntas ao evento, dividindo espaço em carros, o que deixou muitas pessoas sem a possibilidade de sair do local a não ser em grupo.

A imprensa israelense divulgou que centenas de pessoas conseguiram deixar a área onde ocorreu o festival. Já o governo pediu que ninguém se desloque para a região.

Pai do Alok tocaria na festa

O pai do DJ Alok, o DJ Juarez Petrillo, conhecido como Swarup, registrou imagens que mostram a rave sendo interrompida após os bombardeios no local da rave.

“Estou em choque até agora! E as bombas não param de explodir”, disse o DJ. Ele contou que era para ele estar tocando no momento do ataque, mas houve um atraso na escala dos shows. “Foi a primeira vez que acontece isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que dizer.”

Alok divulgou que o pai conseguiu se proteger em um bunker e estava bem.

Brasileiros desaparecidos

Segundo apuração do UOL, com base em entrevistas com amigos e parentes e relatos nas redes sociais, os brasileiros desaparecidos seriam Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes.

Rafaela Treistman, namorada de Ranani Glazer, contou à CNN Brasil que estava na rave com o namorado e amigos quando começaram a ver mísseis na manhã de sábado. Neste momento, eles procuraram no GPS qual bunker estaria mais perto da festa, já que estavam em uma área aberta. Eles encontraram um bunker em um ponto de ônibus na estrada.

A namorada de Ranani disse que desmaiou várias vezes durante o período em que ficou no bunker e que não se lembra o momento em que deixou de ver o namorado no espaço.

A única coisa que eu queria saber é que ele está bem. Estou torcendo para ele estar bem. [Estou] rezando para ele estar só em um hospital e não tenha conseguido avisar a gente. Eu não lembro direito das coisas. Eu sei que uma hora ele estava lá comigo, a gente estava junto em um canto, abraçados, e uma hora ele não estava mais. Eu estava tão desorientada que uma hora eu achava que a menina que estava do meu lado era ele falando, [e eu] perguntando ‘Ranani, é você?’ e ela não respondia.

Relatos de sobreviventes que estavam na rave

Ao Fantástico (TV Globo), Rafael Zimerman, que estava na rave e sobreviveu, disse que foi mordido por uma mulher que estava no bunker enquanto, ao mesmo tempo, ele não conseguia respirar. Rafael estava com Ranani e Rafaela.

Zimerman disse que rezou para morrer após ter visto pessoas pegando fogo. “E eu não podia sair porque a chance de eu dar de cara com um terrorista era enorme. O que aconteceu? Eu fingi que estava morto durante horas.”

“A gente era só jovens em uma festa, sabe? Festejando a vida e, do nada, as pessoas que querem morte, interrompem isso. (…) Eu lembro que gritavam ‘granada’, em hebraico, e aí tentavam pegar a granada e jogar de volta para fora [do bunker], mas era inútil porque eles dominaram.”
Rafael Zimerman, sobrevivente.

O brasileiro Rafael Birman também estava na festa e conseguiu fugir com amigos. Um foguete de bazuca caiu perto dele e dos seus amigos enquanto eles estavam atrás do bunker, já que não havia mais lugar dentro do espaço.

“Começou a cair bomba e eu fui o primeiro a ir embora. E teve algumas pessoas que preferiram ficar um pouquinho mais. Depois de três, quatro estalos, o vidro de trás [do carro] explodiu e aí eu entendi que a gente virou o alvo. A gente abriu a porta, se jogou no chão e ficou se protegendo atrás do carro enquanto os soldados retalhavam os terroristas. A gente passou 20 minutos deitados no chão, abraçados, rezando.” Rafael Birman, sobrevivente, à TV Globo.

O jogador brasileiro de futevôlei Nathan Obadia contou que foi com mais quatro amigos para a festa rave. Quando anunciaram que o evento estava cancelado, ele estranhou e sugeriu aos amigos que fossem embora.

“Nessa hora [que ele estava no carro tentando fugir], largaram bala na gente. Muito tiro. Só que, num primeiro momento, não pegou nenhum na gente. Aí falei: ‘Acelera e vamos sair’. Então bateu um tiro no carro. No segundo, estilhaços me atingiram. Então, o amigo que estava dirigindo parou o carro, que serviu como nosso escudo. Deitamos no chão atrás do carro e foram tiros infinitos, 15 a 20 minutos de inferno.” Nathan Obadia, jogador de futevôlei.

Já o brasileiro Yehuda Weiss, militar da reserva em Israel, contou ter assistido a uma “chuva de mísseis” quando começaram os ataques do Hamas a Israel. Ele mora no país há dois anos.

“Vi uma chuva de mísseis a cem, 200 metros de distância. O lugar em que fizeram o festival fica ao lado de uma base que foi invadida pelo Hamas e roubaram tanques e motos.” Yehuda Weiss.

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